sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Viva la Revolución!

“A Revolução dos Bichos” – George Orwell

Talvez uma das sátiras políticas mais bem boladas e arquitetadas da literatura mundial. George Orwell é um gênio do começo até o célebre grand finale do livro: "As criaturas de fora olhavam de um porco para um homem, de um homem para um porco e de um porco para um homem outra vez; mas já era impossível distinguir quem era homem, quem era porco". Simplesmente genial. Resume a incapabilidade das revoluções darem certo, seja com humanos ou com bichos. Mas a obra é muito mais do que um ensaio sobre a política. Ouso dizer que é um ensaio sobrea condição humana.

Orwell – ao contrário do que muitos pensam – era um comunista fervoroso! Mas era de visão trotskista, e como quem controlava a URSS na época era Stálin, foi nele e em sua figura autoritária que bolou o porco "Napoleão", que não é a toa que é um porco e muito menos que se chama Napoelão. Bom, algumas sacadas são indispensáveis de se comentar por aqui. O fato dos intelectuais serem representados pelo Burro Benjamim, fugindo do clichê da coruja mostranod que muitas vezes os burros de burros não tem nada; das ovelhas que só sabiam repetir o que Napoleão repetia; da KGB ser representada por verdadeiros cães de guarda; da síntese de Tróstki e Lênin na figura do injustiçado porco "Bola de Neve". Enfim, são muitas coisas que quanto mais se compreende a Época em que o livro foi escrito, mais se percebe as sutiliezas da obra.

George Orwell era um gênio e talvez essa seja – ao lado de 1984- uma de suas maiores obras primas. Segue o link em pdf.


http://www.vicentecandido.com.br/biblioteca/revol_bichos.pdf

Um comentário:

  1. Se alguém le esse livro do mesmo jeito que ve TV, de uma forma distraída, só ve uma simples historinha, quase uma fábula. Mas é na verdade bem pensado. Lembro que li ele com 13 anos e depois ano passado. É incrível a diferença dos significados que eu intuí do livro. Esse também é um aspecto genial dele, aquele mesmo que encontra nas letras de música do Caetano, do Geraldo Vandré e do Gilberto Gil na época da "ditadura": sob o olhar de um leitor distraído, são simples e bonitinhas, mas sob um olhar cuidadoso, são muito bem escritas.

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