segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Se Ficar o Bicho Pega, Se Correr o Bicho Come

Sigmund Freud , jovem prodígio que era, desenvolveu a divisão da psique (aparelho psíquico humano): id, ego e superego. O id são todos os nossos desejos, nossos instintos, nossos reais pensamentos e impulsos que motivam nossas relações com o mundo, não existindo contradições para ele. Em sua esfera, tudo é possível. O ego é uma instância entre os desejos e a realidade . Já o superego seria uma forma de repressão para o id, desenvolvido ao longo da vida, o qual internaliza os padrões morais de um contexto social. Através da educação e do progresso temporal em meio ao convívio, as pessoas desenvolvem seu superego durante a vida. Sem ele, um velho que queira silêncio, por exemplo, faria de tudo para consegui-lo, até estrangularia o seu neto que ri alto na sala ao lado.

O id encontra brechas para se manifestar quando o superego encontra-se de certa forma inibido, por meio de hipnose, drogas e álcool, principalmente. Por isso que quem bebe fala e sente mais do que deve. O superego, por essas demonstrações, se mostra necessário.

No entanto,o que vivemos hoje é a imposição de uma inibição natural. Temos pautas de conduta para tudo. Assim, ao crescermos, não vemos outra opção senão aquela que nos é ofertada: se submeter à lógica atuante. A sociedade prega uma maneira única e formal de pensar, cheia de macetes e dicas. Não desenvolvemos nossa personalidade baseado em opções e sim em imposições. A dialética encontra-se enferrujada e quase extinta. Pior, a humanidade determina isso. E quem disse que você, ao nascer, escolheu fazer parte desse sistema capitalista de mercado? E quem disse que você escolheu pertencer a uma república? E quem disse que você escolheu ir para a escola? E o mais chocante: quem disse que você quer fazer parte dessa lógica destinada a idiotia futura?

Daí a história de sermos vítimas do sistema. Esse seria o sistema: aquele que determina o que é certo e faz todos se submeterem a ele. É fruto não somente de uma construção histórica, aparentemente evolutiva, mas também é aquele que todos nós fazemos parte. É paradoxal cavarmos nossa própria cova. Ao consentirmos com ele, tornamos parte de sua estrutura, fiscais de sua desenvoltura. Por isso o cara lá do filme “Into the Wild” vai para o Alasca. Mesmo sendo uma solução covarde, ao invés de ficar e lutar por mudanças pelas coisas que ele não escolheu nem quis, ele não queria fazer parte do sistema conformista, sistemático, utilitarista e frio em que vivemos. Porém, notem que é preciso fazer parte dele para poder mudá-lo.

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