segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Música com um Toque de Ideais

A música é um assunto que sempre carrega nas costas algo muito além das harmonias, dos solos, dos refrões e das quebras de ritmo. Seja esse peso uma história de um país ou uma ficção científica, um monólogo choroso de um corno ou um protesto desvairado de uma adolescente, não podemos deixar de considerar essa carga emocional e cultural que anda ao lado da música ao escutá-la e apreciá-la. Afinal, desde que haja rimas e uma base musical podemos fazer uma ponte entre os incomunicáveis pensamentos e ideais que levamos conosco e o mundo e as pessoas para quais queremos nos fazer entender.

Agora, por motivo de falta de espaço e tempo, vou comentar apenas um tipo dessas influências que muitas canções trazem consigo: o protesto. Não o sem-noção de uma rebelde filha-de-papai sem mesada, mas sim aquele que sai às ruas, pára tanques de guerra e faz políticos tremerem (pelo menos, deveria fazer). Sejam elas faixas que mostram insatisfação com o estado (como no fim do Estado novo de Portugal e nos anos da ditadura por aqui) ou que simplesmente querem criticar o sistema, são músicas que cativam não apenas pelo apelo musical propriamente dito, mas também por suas letras provocantes, fortes e, algumas vezes, irreverentes.

Citemos alguns nomes: o de sempre, Raul Seixas ("Aluga-se", onde a solução é alugar o Brasil, e "nós não vamo pagar nada"); o tropicalismo de Caetano, Gil, Mutantes, entre outros daquela bela guarda; os Titãs e a Legião, já citados por Allan no seu artigo sobre nosso Rock (vide "Entre Guitarras e Pandeiros"); até mesmo artistas conteporâneos nossos como O Rappa, Planet Hemp, os inúmeros rappers de nosso país. Tudo isso pra citar poucos.

Também temos os gringos que protestam: direto da década de 70, os esquerdistas e minimalistas do Gang of Four surgiram com um dub-funk idealista que influenciou muitas bandas desde o pós-punk até hoje; uma destas influenciadas é o Rage Against the Machine, com suas nervosas e cheias de groove canções de protesto. System of a Down também se enquadra no quadro de músicos insatisfeitos. Bandas que vão de Metallica aos hippies Country Joe e Jimi Hendrix já se manifestaram através da arte contra as guerras.

Enfim, poderíamos passar o dia inteiro nomeando artistas e bandas que não se preocupam apenas em vender, fazer arranjos bonitos e aparecer no Faustão, mas que, aí sim, fazendo algo de valor, passam mensagens de peso para seus ouvintes. Só nos resta abrir os ouvidos e, quem sabe, nos mexer. Não, não só pra dançar.

Um comentário:

  1. Pois é, Jamil! O protesto é uma das maiores caracterísitcas do Rock N' Roll, seja ele político - como no caso do The Clash, uma banda que eu sou fã - ou cultural - como o rebolado endiabado de ELvis ou o sexo e drgoas da contra-culrua dos anos sessenta. Nada como o bom e velho Rock N' Roll pra revigorar os ânimos e as ideias!

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