quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Revivendo 1808

A faculdade realmente abre nossa mente. Os calouros de direito do pombal de Curitiba (Santos Andrade) estão fazendo um plebiscito para escolher a melhor forma de governo para nosso país. Quem diria que até hoje existe um movimento pró-monarquia no Brasil? E pior, existe um chefe da Casa Dinástica! A Princesa Isabel tinha um filho, D. Pedro de Alcântara de Orleans e Bragança, que em 1908 abdicou de seus direitos sucessórios. Assim, seu irmão caçula virou o estepe, caso a “República” dos Estados Unidos do Brasil (sim, esse era o nome do nosso país até a penúltima constituição outorgada pelos militares) falhasse. Não que ela tenha sido um sucesso. Se hoje o Brasil resolvesse impor o regime monárquico, quem seria rei? O Pelé? Roberto Carlos? O Lula? A Xuxa? Segundo essa tal Casa Dinástica, seria o Príncipe D. Luiz de Orleans e Bragança, bisneto da Princesa Isabel.

Os monarquistas falam que seu regime teria uma manutenção muito mais barata do que a do nosso atual sistema de “freio e contrapesos” republicano, o qual tem gastos tão absurdos que chegam a não ser divulgados. Concordo com eles quando falam dos feitos políticos: são pensados e agendados, para que assim, o povo e sua memória curta não esqueçam do prefeito e suas grandiosas obras até as eleições; ou com a proximidade de 2010 e a impossibilidade de reeleição, o orçamento é estranhamente extrapolado para que a bomba estoure nas mãos de quem assumir na seqüência. Aquele tal príncipe culpa o regime republicano do vergonhoso quadro da corrupção brasileira .

Rui Barbosa tava certo em dizer que o parlamento na república transformou-se numa praça de negócios. Mas isso não quer dizer que ele não tenha sido assim desde sempre. Roma já viveu o drama da cooptação, e o senado era tão corrupto quanto na época de Pedroquinha e de Lula. Eu penso que essa história de Monarquia para o Brasil de hoje é uma baboseira. Nunca vai existir uma forma de governo perfeita. A República só é a menos pior. O homem é um bicho egoísta por instinto. É por essas e outras que o comunismo não dá certo, nem o modelo romântico-republicano do Platão. Não precisamos de uma revolução governamental, precisamos de uma revolução mental entre o povo quieto e entorpecido, a atual platéia desse espetáculo político.

3 comentários:

  1. O movimento monarquista é forte e firme. Lembro-me de quando fiz facool, também havia um grupo de monarquistas no curso de História.
    Entretanto, lá o pau comia solto, afinal, onde há rei também há súditos...

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  2. Conversando com meu pai sobre esse seu texto aqui em casa, ele acabou me mostrando esse vídeo para solicitar um plebiscito em 1993 para a monarquia:
    http://www.youtube.com/watch?v=QGB3vZKjB4w&feature=related

    Vote no rei! ueauhsuehushuae

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  3. Esse blog é legal!

    Ótimo texto!

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