“Pena não ser burro, não sofreria tanto”, já dizia o Maluco Beleza. Enquanto eu pensava com meus botões, percebi que justamente essa ação seja talvez o maior erro da humanidade: pensar. Calma, não sou eu quem vai promover a ignorância por aí. Pelo contrário, sempre fui um entusiasta do pensamento crítico. Mas justamente esse pensamento crítico me faz refletir: Será que vale a pena pensar?
De acordo com o Gênesis, o maior pecado da humanidade foi provar do fruto proibido. Uns mais ingênuos associam o fruto ao sexo, o que não faz sentido já que a própria bíblia faz menção explícita à reprodução – e a reprodução por meiose que não ia ser. Eu sou mais adepto de pensar que o maldito fruto é o conhecimento. O conhecimento aproxima o homem de Deus. Permite ao homem criar, destruir, julgar. Coisas que só um deus tem jurisdição pra fazer. Hoje, nós pensamos, pagamos o pato do pecado original. Talvez esse pato não seja só “viver do próprio suor”, mas também, conviver com nossas próprias conjecturas.
A sabedoria popular já nos ensina que “de pensar morreu o burro”. Pensar traz tristeza. Desperta mentes para o mundo. A madame que vive de boutique, quando vê o menino de rua se contorcer de fome se comove, pensa nas coisas ruins, abre sua mente pra realidade. Por outro lado não é raro ver um pensador triste, introspectivo, refletindo. Talvez pensar seja justamente a maior sina da humanidade.
Diversas doenças são causadas pelo fato de “pensar” demais. Depressão, transtorno bipolar, síndrome do pânico, esquizofrenia, insônia. Doenças que só não agem quando o paciente está justamente distraído, não pensando.
Bem, pensando bem, pensar que pensar demais é “a maior sina da humanidade” talvez seja justamente pensar demais.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
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Sinceramente não tenho a resposta pra essa pergunta. Para mim, pensar é um mal necessário.
ResponderExcluirDiria que tais doenças (depressão, síndrome do pânico, bipolaridade) não são causadas exatamente (e somente) por pensar demais, e sim por pensar demais e cair na obsessão. Pensar errado e demais. ;)
ResponderExcluirAí a tristeza corrói as horas, sem piedade alguma.
Pensar é bom, mas pensar demais pode ser perigoso...
Complementando a Flavia aí de cima, só diria que pensar demais é uma coisa tão relativa que eu acho muito difícil encontrar o equilíbrio.
ResponderExcluirSó que eu, vide resto dos meus posts, acho que penso demais a ponto de não me aguentar mais e ter que procurar uma válvula de escape (lê-se postar no Blog).
Creio que pensar não seja o problema em si, mas sim a maneira, que é influenciado totalmente por tudo que está ao nosso redor. Seja nosso pensamento um simples plano de almoço, um passeio ao parque, uma reflexão sobre qualquer outra coisa. A questão está na dificuldade em superar o raciocínio já estruturado, aquilo já pensado, já imposto, aquilo que é, sem sabermos, a base imposta e implícita do nosso raciocínio... O raciocínio que hoje convivemos, contrariando muitos, é limitado, pois o modo como pensamos foi imposto, a dificuldade em aceitar o diferente, se pensassemos de maneira única, sem teoria, sem conceitos já formados. Quem sabe conseguiríamos um pouco de alegria, se tivessemos uma maneira única de pensar, quando olharmos algo e antes analisarmos o nosso conceito, puro, consciente e sem influências...
ResponderExcluirEssa é a verdadeira busca do conhecimento, aprimorar-se a tal ponto que supere a estrutura formal do pensamento... Essa é minha incessante busca, entretanto, já negar toda a estrutura formal de pensamento foi buscada por tantas e tantas pessoas, esse não é um projeto original... A minha tristeza parte do tentar buscar o novo, muito difícil de se encontrar... Vangloriamos tanto as teorias fundamentadas enquanto somos nós os únicos que podem trazer o novo, o diferente e acabar com esse marasmo.
Concordo com você, em partes. Acho que pensar, assim como todo o resto, faz mal quando em excesso. Infelizmente não podemos nos dar ao luxo de desistir de pensar. Afinal, se fizermos isso o que estaremos condenados a nos tornar?
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