sábado, 13 de fevereiro de 2010

Urbana Legio Omnia Vincit

E finalmente chega ao fim a sequência de posts sobre o quarteto sagrado do rock nacional – “O Power Trio de Bermudas”, “Os Barões do Rock N’Roll” e “Longa Vida (e Post) aos Titânicos”. Dessa vez, vim pra falar da banda que talvez seja a mais conhecida, cantada, tocada e idolatrada pde toda a nossa música: A Legião Urbana.

É sempre bom lembrar que a história da Legião, do Capital inicial e do Aborto Elétrico se confundem. Tudo começou com a criação do Aborto Elétrico, composta inicialmente por Renato Russo (baixo), Fê Lemos (bateria) e André Pretorius (guitarra). Posteriormente, Flávio Lemos – irmão de Fê – entrou como baixista, André foi servir o exército e Ico Ouro Preto (irmão do Dinho, vocalista do atual Capital) entrou como guitarrista. Depois de desentendimentos, o Aborto teve dois filhos: A Legião Urbana (formada pelo Renato) e o Capital Inicial (formada pelos irmãos Lemos).

A formação histórica da Legião é Renato Russo (vocais e violão), Dado Villa-Lobos (guitarra) e Paulo Bonfá (bateria) com baixistas nunca fixos. Mas chega de ficar patinando nas diversas formações e vamos às indicações. Vou começar por uma das minhas favoritas – apesar de não tão conhecida – que por sinal inspirou o nome desse blog! “Mais do Mesmo”, apesar de ter uma letra desconexa, é tocante, dançante e genial. Começa com um riff que nos faz tirar os pés do chão até que entra o Renato com sua voz característica. Pra mim, a letra fala sobre o tráfico de drogas e dos jovens que sobem o morro pra comprar drogas. Falando em drogas, esse tema chega a ser recorrente como em “Conexão Amazônica” – “a cocaína não vai chegar”- e em “Há Tempos” – “parece cocaína, mas é só tristeza”.

Outra pérola dessa banda é “Perfeição”. A letra é um discurso digno de ser ovacionado pelo público. Em um tom irônico, Renato agradece a todos os monstros por todos os podres que fazem do Brasil, ser assim, inclusive se autoflagela celebrando “a estupidez de quem cantou essa canção”. No fim, um discurso de esperança “Venha! Meu coração está com pressa, quando a esperança está dispersa, só a verdade me liberta, chega de maldade e ilusão. Venha! O amor tem sempre a porta aberta e vem chegando a primavera, nosso futuro recomeça, venha que o que vem é Perfeição...”.

Um fato que eu não posso deixar de comentar é que uma das mais famosas músicas da banda, “Monte Castelo”, não foi escrita pó Renato, no máximo, remontada. A letra se baseia no soneto 11, de Camões, e no capítulo 13 de Coríntios, o livro da bíblia. Mas apesar dessa letra não ter sido escrita por Renato, as letras sempre foram o forte de suas músicas. Elas pairam por diversos assuntos como a guerra - “Soldados” e “A Canção do Senhor da Guerra” -, protesto dos jovens – “Geração Coca-Cola” e “Que País É Este” –, colonização - “Índios” - e até mesmo vestibular – “Química”.

Por fim, outra peculiaridade da banda são as óperas rock “Eduardo e Mônica” e “Faroeste Caboclo”. A primeira conta a história de Eduardo e Mônica que “eram nada parecido, ela era de Leão e ele tinha 16, mas que “todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa, que nem feijão com arroz”. A outra não é uma mera história de amor, é um épico. O Renato dizia que “Faroeste” era a sua “Hurricane” - outro épico, composta por Bob Dylan, conta a história do pugilista Rubin Carter. A saga de João de Santo Cristo, lutando contra os preconceitos da sociedade, ao determinismo de fazê-lo ser bandido, de um amor que pode mudar uma pessoa, tem um enredo tão perfeito que daria um filme. E não é que vai dar mesmo? Esse ano mesmo, por volta de Outubro, está previsto o lançamento do filme que levará esse clássico para as telonas.

Um comentário:

  1. Ah, as canções do Legião que embalaram nossa peça de teatro...
    Vai dizer, "Soldados" foi mó bem colocada!

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