quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Quanto Tempo o Tempo Tem

Assim como as transgressões à ordem vigente, as mudanças, sejam pequenas ou gigantescas, são instrumentos da nossa sobrevivência. Nossa espécie, mais especificamente falando, é a que mais busca balançar a poeira, digamos. Inovações tecnológicas, cortes de cabelo, mudança de guarda-roupas, enfim. Tudo em busca de uma visão diferente, de uma vida com sensações diferentes.

O tempo é o mais implacável dos agentes de mudança. Ao chegar no barbeiro, percebi como o tempo o castigou, tornando-o mais uma vítima. Antes, um senhor simpátissíssimo, falante, sorridente. Hoje, um senhor mais pálido, aparência de desânimo, de cansaço. Digo isso porque também sofri muitas mudanças nesse curto tempo de vida: cortes de cabelo, barba, estilos, atitudes e comportamento. Parece um clichezão daqueles que passa no Fantástico, mostrando o antes e o depois. Mas não, aqui, a reflexão é mais do que a estética.

Muitas pessoas, ao alterarem sua aparência, têm juntamente um avanço (ou regresso) espiritual/intelectual. Não é via de regra, mas é fácil de se notar. Meus irmãos mais velhos, ao rasparem suas longas madeixas, pareceram, e não só esteticamente, mais responsáveis, donos de si. Talvez, ao fazer como eles (sim, raspei os cabelos), eu tenha procurado adiantar esse amadurecimento, forçar um pouco mais meu senso de adulto, digamos assim.

Voltando ao assunto do tempo e suas mudanças, a reflexão que tive ao passar pelo barbeiro foi de que, por mais que briguemos, as transformações, de todos os tipos, são inevitáveis. Apenas uma questão de (quem diria) tempo. E como essa queda da ficha é forte. Ao notarmos a fatalidade do tempo, que ainda nos é absoluto, em nossa condição de humanos com nossa tecnologia atual, é impossível não se sentir insignificante. É como se o titã Cronos nos olhasse e nos debochasse a cada dia e, com isso, tentamos mudar para que o titã não nzombe de nós novamente.

Pode parecer engraçado um piá como eu reclamando do tempo. Porém, todos, sem exceção, envelhecemos a cada dia. Não há pessoa capaz de me negar isso. E, mesmo assim, não temos como fugir da sensação de impotência. E isso, mesmo sendo eu daquela opinião de que tudo só é porque somos.

2 comentários:

  1. Ahááááá, então foi isso!
    Ainda bem que você não fez uma tatuagem...
    Mas eu amava seu cabelo, era de comunista, era legal, mesmo você parecendo mais velho, hahah.
    Mas o que importa é como você se sente melhor, faça o que te der na telha, danem-se os outros, HAHAHAHA, lute contra o sistema

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  2. Mother nature gives it, father time takes it away.
    O tempo é relativo mas ao mesmo tempo implacável

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