quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Longa Vida (e Post) aos Titãnicos!

Já faz algum tempo - desde que escrevi o artigo “Entre Guitarras e Pandeiros” – que eu queria fazer um post dedicado às minhas bandas preferidas. Desde então criou-se a seção de dicas aqui no blog, portanto agora vou fazer uma homenagem à uma grande banda sempre que puder.

A minha primeira escolha é uma das maiores bandas do Rock Nacional e uma das minhas preferidas da música em geral: Os Titãs. Eles já foram 9, hoje são só 5. Os Titãs são um conjunto de egos, todos grandes o suficiente pra bandas próprias, mas mesmo assim a banda é uma das poucas a não ter um “front man”, um representante da banda. Basta dizer que praticamente todos os integrantes cantam, só se safam o Belotto, o Gavin e o finado Fromer. Já passaram pela banda Nando Reis e Arnaldo Antunes, dois grandes artistas da música atual. Enfim, como esse é um post de dicas vou indicar e comentar 4 letras dessa banda genial – 3 e meia, na verdade; uma delas só tem um frase, mas também é "a" frase.

Vou começar por uma das minhas preferidas: “Comida”. A Letra é do Arnaldo, do Fromer e do Britto. Uma grande crítica ao assistencialismo. “A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”. Tem também jogo de palavras entre “comer” e “fazer amor” e a divagação de que toda bebida vem da água e toda comida vem da terra, porque mesmo a carne, do boi, só é possível graças à alimentação do bicho, que é o pasto. Prefiro a versão ao vivo, a de estúdio tem uns sintetizadores que me tiram do sério. Recomendo essa daqui com os Paralamas e com o Arnaldo Antunes, do CD Paralamas e Titãs, Juntos e Ao Vivo, o melhor CD que já comprei na minha vida.

A outra é “O Pulso”, letra só do Arnaldo. Essa é simplesmente genial, somente o Arnaldo pra juntar um monte de doenças e criar um hino do Rock Nacional. A grandeza da letra se deve ao fato de rimar palavras inusitadas e, principalmente, de juntar doenças do corpo com “doenças da alma” como ciúmes, estupidez e culpa. Além disso o riff parece uma daquelas máquinas de cama de hospital mostrando o batimento cardíaco do paciente. Aqui está o link do clipe.

A terceira é “Lugar Nenhum”. Uma pauleira, composta por Arnaldo, Fromer, Belotto, Britto e Charles. Essa é uma hino contra a xenofobia. “Não sou brasileiro, não sou estrangeiro, eu não sou de nenhum lugar, sou de lugar nenhum”. Isso sem contar o trocadilho “Eu não tô nem aí, eu não tô nem aqui”. Simplesmente genial. Vou colocar a mesma versão do CD com os Paralamas, pois essa daqui, além da participação especial do Arnaldo, temos o mestre das seis cordas, Andreas Kisser. No fim do solo rola até um trecho de “Black Dog” pra quem prestar atenção.

Por fim, uma letra genial, que deu título ao álbum que contém a primeira e a terceira música desse post. “Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas”. Essa frase é repetida diversas vezes durante a curta música de pouco mais de 2 minutos. A letra que é do Fromer e do Nando, esse último um fervoroso ateu, é uma crítica muito contundente ao fato de querermos aproximar a imagem de Jesus à nossa própria. O Jesus que conhecemos é moreno, de olhos azuis, cabelos longos e lisos e traços finos. Na verdade, pelo que se sabe ele era árabe, e portanto deveria ter tido cabelos e olhos negros e traços grosseiros. O que eles querem dizer é que se fossemos banguelas, Jesus também seria representado sem dentes, afinal ele não é retratado como realmente foi, mas sim como queremos que ele tivesse sido. Pura manipulação religiosa. Enfim, aqui fica a dica, e por aqui fico eu também. Espero que gostem das músicas.

2 comentários:

  1. por algum motivo sempre consigo desconfiar pelo título que o post é seu AHUAHUAHUH :D

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  2. É Marcella, meus títulos são meus xodós... haha

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