sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Da Infância para o quê?

Espanta-me o quão rápido a inocência infantil tem se perdido nessas “novas gerações” e pertuba-me a substituição dessa infância por uma vida adulta sem base para aguentar o peso do mundo. Não posso dizer que sou exatamente “das antigas” ou que tenha vivência o bastante para comentar sobre isso, mas observo o movimento das gerações posteriores a mim. Houve uma época em que a inocência infantil era “substituída” pela maturidade intelectual, física e moral, capazes de suportar o peso das responsabilidades da vida. Hoje em dia...

Sabemos pelo estudo da história, e por simplórias estórias que nossos avós, e até mesmo pais, nos contam que o jovem “das antigas” era muito diferente do atual. Para eles a maturidade veio no que pareceu-me o momento certo: junto com a responsibilidade. Movimentos de defesa aos ideais foram ações feitas pelos jovens que tinham energia, disponibilidade maior para fazê-los e com isso cresceram mais. Os jovens são cheios de dúvidas e não têm uma carreira que pode ser destruída. Não seriam eles os supostos defensores da ordem? O futuro não está nas mãos dos jovens?

Mas, porém, entretanto, todavia os tempos mudam e essa realidade mudou. Com sorte poucos sobrevivem às mudanças do tempo e continuam a trilhar pelas mesmas passagens de vida dos antepassados. Outros criam uma inocência sábia, a troca do que a infância tem de melhor por ignorância e fuga da realidade. Aliás, essa ignorância e fuga da realidade moral refletem no modo como muitos aparentam exteriormente. Precisam chamar a atenção de algum jeito, já que o interior é muito pequeno (em todos os sentidos).

Posso ser chamado de conservador, mas existem coisas que não só para mim são um tanto exageradas. Meninas vestindo uma falta de roupa, se jogando para os meninos, com 12, 13 anos. Meninos que acham bonito mostrar a roupa de baixo, que pensam serem homens por fazer as mesmas idiotices que muitos maiores que eles fazem, que fingem ser outra pessoa pensando que podem ser melhores que “o resto”, beijando 30 pessoas de cujos rostos nunca se lembrará (apesar de lembrar perfeitamente o número deles) e passará essa herança aos seus filhos (se os tiver) que, pior que eles, se tornam as meninas que beijaram essa única boca sabendo por onde ela passou! É um beija-beija sem nenhum sentimento envolvido, apenas a adrenalina e emoção sobre a possibilidade de você não se sentir bem no dia seguinte.

E a ignorância? O conhecimento de política (pegarei este como exemplo) já é elitizado entre os jovens, e mais ainda entre aqueles que tentam conhecer área. Só aprendem os que procuram esse conhecimento, e esse é o caso da minoria. Não podemos culpar as escolas por não ensinarem sobre política (mesmo sendo isso uma boa ideia). Aprender sobre como é o funcionamento do país em que você vive e despertar-se para os absurdos criados pelos poderosos, ações que muitas vezes nos passam despercebidas ou mesmo ignoradas, são necessários para o crescimento do jovem. Precisamos crescer e crescer. Ser uma eterna criança deve ser apenas uma pequena parte de nossa personalidade. Da infância para o despertar devemos seguir.

Um comentário:

  1. Poisé, também compartilho de um pensamento parecido, há tempos observo o comportamento desses pseudo-adolescentes e até mesmo dessa nova geração de adolescentes.
    O mais bizarro é que o negócio tá fiacndo cada vez mais dentil, como ví esses dias em um documentário qualquer, se não me falha a memória em um dos canais da discovery, garotas de até 8 ANOS de idade, com anorexia...
    Sei que não está completamente relacionado ao assunto, mas enfim, é de apavorar.

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