domingo, 1 de novembro de 2009

"Open the Door, HAL"

"2001: A Space Odyssey" - Stanley Kubrick

Nunca é demais viajarmos sobre como será o futuro e, com isso, divagarmos sobre nossa situação atual e os antigos acontecimentos e, depois de tudo, tentar fazer ligações entre o agora, o ontem e o amanhã. Um filme vem à mente quase que como uma unanimidade quando pensamos em futuro: "2001: Uma Odisséia no Espaço". Talvez atrás apenas da dupla trilogia do Star Wars em popularidade no gênero ficção científica, essa, como diz o nome, odisséia é uma incrível e ao mesmo tempo absurda viagem ao futuro e ao espaço, vista pelos olhos de Stanley Kubrick e do autor de romances Arthur C. Clarke.

No início, talvez o mais primitivo de todos os filmes do gênero, vemos a chamada "dawn of mankind", ou aurora, amanhecer da humanidade. Grupos de hominídeos brigam por território e, depois de perder seu espaço, um dos primatas do grupo oprimido descobre o osso como arma. Aqui entra em cena a música mais clássica e lugar-comum da história, "Thus Spoke Zarathustra", ou "Assim Falou Zaratustra" (sim, homônima ao livro de Nietzche). Sendo tocada também nos créditos iniciais do filme e no fim, obviamente, essa música ficou no imaginário de todos como trilha sonora de conquistas e superações. Depois de um corte de milhões de anos, nos encontramos a caminho duma estação espacial. E por aí vai a história de bem mais que duas horas de filme que não vou contar.

Comento agora sobre as incríveis qualidades desse filme. Primeiro, fica aqui minha admiração pela criatividade e visão dos autores, por colocarem em cena maquinários extremamente detalhados nas naves e estações e por anteciparem muitas criações tecnológicas que surgiram com o tempo. Vale lembrar que o filme é de 1968 e que muitos dos efeitos que vemos nas partes mais psicodélicas da história são feitas com materiais caseiros em conjunto com duas mentes viajadas. Outra coisa que vem ao caso mencionar é a linda trilha sonora que habita grande parte da narrativa, que, por sinal, é extremamente muda. Não que não haja ação, mas a que há, é curta. Ainda sobre as músicas, legal como a maior parte do filme é feita em silêncio. Mas não é aquele silêncio agonizante, é o silêncio programado, para pensarmos, para refletirmos na gigantesca odisséia a qual somos convidados a participar.

Apesar de ser um filme de ficção, "2001..." levanta inúmeras questões relevantes e atemporais que são extremamente delicadas e, ao mesmo tempo, intrigantes. Exemplos de discussões possíveis: sobre civilizações extraterrestres; sobre a relação entre homem e máquina; sobre Deus; e por aí vamos. Na versão em Blu-Ray do filme, que aluguei não muito tempo atrás, os extras são recheados de documentários (se não me engano, sete deles), sendo um deles sobre as questões filosóficas acerca da obra. Não vou entrar no assunto, mas, quem quiser, depois de assistido o filme, prefiro discutir pessoalmente.

Fica aqui a dica de um filme que, apesar de cansativo, tanto física quanto mentalmente, nos alimenta e nos move em direções nunca antes pensadas.

4 comentários:

  1. Cenário meio apagado. No fundo, 2001 passando em Blu-ray. Entram Allan, Jamil e Minia.

    Allan: Eu to com fome
    Jamil: deixa o cara consertar a nave que a gente vai pedindo uma pizza.
    Minia: vamo busca a pizza?
    Allan e Jamil: Vamos.


    45 min depois, já com a pizza em mãos e uma acirradíssima discussão sobre a diferença entre Jazz e Blues, entra Allan, Jamil e Minia, na porta da casa, garoa fina e o vento gelado da noite soprando.

    Minia: A essa hora o cara já deve ter consertado a nave, né?
    Allan: hahah
    Jamil: que?
    Allan explica

    HAHAH o filme é parado, gente. Mas é bom, ainda vou alugar e ver novamente (sozinha, se não a gente não leva muito a sério).

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  2. Ainda vou ter saco pra assistir esse filme intieiro... haha Esse e "Laranja Mecânica"...

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  3. Allan, digo que vale muito a pena esse filme!
    Agora, Laranja Mecânica, mesmo sendo uma bela leitura pelo Kubrick do romance do Burgess, prefiro ainda o livro. Ainda posto sobre isso!

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  4. Tudo bem gente, sem essa de síndrome de traça "prefiro o livro ao filme" - toda releitura implica em perdas, toda nova versão, segundo Rita Lee, teria que ser melhor, mas melhor em segundo?
    Kubrick é ousado, teimoso e contraventor, não é a toa que teve anos de isolamento do mundo cinematográfico - 2001 foi um filme que demorei anos para assistí-lo, não é fácil, mas depois você fica se perguntar, por que demorei tanto?
    Parabéns Jamil pela dedicação!

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