quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O Medievo Estudantil

Há duas semanas um caso dividiu as opiniões do país. Geyse Arruda, 20 anos, estudante de turismo noturno da UNIBAN, Universidade Bandeirantes, foi execrada por mais de 700 estudantes por estar vestindo uma minissaia rosa-choque, salto alto e maquiagem. Uma atitude que se assemelha a um “revival” dos tempos de inquisição, uma verdadeira “caça às bruxas” em época de Halloween.

Já vi gente de ambos os lados. Uns que defendem a atitude grotesca dos “moralistas” universitários - os mesmos que queimam mendigos, batem em prostitutas e arranjam confusões nas baladas -, outros que defendem a estudante - que a meu ver não passa de uma imbecil, tão dispensável para a sociedade quanto os que a agrediram, pois aposto que se fosse outra pessoa, ela estaria dentro da manifestação. Pra mim, não existem santos nessa história.

Preconceito da minha parte? Não, chamo isso de experiência. Para provar minha posição sobre a índole da moça, hoje li na Ilustrada on-line que ela está aproveitando os 15 minutos de fama como pode, mudando de visual e até pensando em estrelar uma Playboy. Nada mais justo mostrar o corpo para a Playboy já que não quis mostrá-lo para os “playboys universitários” que urravam ameaças de estupro. Cá entre nós, não se pode esperar muito de uma estudante que é aprovada no curso de turismo, noturno, de uma das piores universidades do país – a UNIBAN é a 159ª colocada entre 175 universidades avaliadas no país.

Mas quero deixar claro que se tiver que escolher entre o sujo e o mal-lavado, ainda fico com ela. Por mais besta que ela seja, um retrocesso social como esse não pode ficar impune. Ela tem o direito de se vestir como bem entender e se ela resolver praticar “a profissão mais antiga do mundo”, quem somos nós para julgá-la? É absurdo, em pleno século XXI, o chamado “futuro da nação” agir dessa maneira puritana na sagrada “casa do conhecimento”.

Enfim, pelo visto, nós definitivamente ainda não saímos da “Idade das Trevas”. Um fato como esse só comprova a minha teoria.

2 comentários:

  1. É a tirania da maioria de Arístóteles, que mostra a mais profunda ignorância nessa atitude. A mesma maioria estutantil que combatia a ditadura no final do século passado herdou valores completamente avessos e combate uma imoralidade em forma de gente. Tem tanta coisa útil pra esse povo se preocupar, universitários são o futuro do país, têm contato com os mais diversificados ramos do conhecimento, é a ELITE LETRADA da população, com certeza, pois os formados, em sua maioria, se conformam com o diploma e adotam uma posição comodista no trabalho. A meritocracia brasileira está enferrujada, e esse ocorrido só é um exemplo fático disso.
    Os estudantes não tinham o direito de reprimir o comportamento da menina, mesmo que sob a desculpa de visar pela preservação da moral da universidade, enquanto a menina deveria ser mais centrada nas pautas morais de comportamento compartilhadas pela mesma. Seu comportamento, mesmo que anomico, ou seja, em desconformidade com a maioria, está completamte fora dos parametros da jurisdição alheia. Não vejo nenhum estudante, ao entrar em uma faculdade, assinar um contrato que proíbe a utilização de roupas inadequadas. Discriminá-la por uma mera embalagem, a roupa, é como discriminar alguém por raça, sotaque, estatura, IMC: injustificável, por mais medíocre que ela seja.

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  2. Por isso que eu gosto desse blog! Te apoio em tudo que disse! E digo mais, esses dias eu lí sobre o assunto, e pasmei ao saber que alguns professores TBM participaram da tal 'rebelião'. E mais ainda, ao saber que ela está aproveitando, como vc bem disse, dos seus 15 minutos de fama, para mudar o visual e até posar nua! Se essa faculdade já era umas das piores, imagina agora! Que expulsaram a guria, e logo depois desexpulsaram! Isso só mostra que além de precipitados, os donos da pseudo-faculdade são irresponsáveis e medíocres! Expulsar a menina pelo fato dela usar um ''vestido'' (se é que aquilo pode ser chamado de vestido. Para mim ela colocou uma blusa e esqueceu da calça!) curto?! Hipocrisia é apelido pra tudo isso. Mesmo ela sendo idiota o suficiente para fazer isso, acho que o livre arbítrio dado a nós, ainda vale! Principalmente pra ela, que é bem livre, HUAHEUHEU! Bom pra playboy que vai poder fazer um tour pela garota! Propício o curso que ela escolheu! HAUEHAUHEU

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