segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Eu, Robô

Não, essa não vai ser uma resenha cinematográfica - apesar de eu gostar bastante desse filme - como a do meu último texto. É sobre mim - bem como sobre toda a humanidade. Sim, não sou nenhum pouquinho pretensioso sequer.

Eu, você, nós. Nada mais que ciborgues com músculos no lugar de engrenagens, neurônios no lugar de nanochips e um super HD chamado cérebro. Não sou psicólogo nem médico - no máximo um aspirante a filósofo -, mas isso já basta pra eu admirar a grandeza desse último. O que somos, o que pensamos, o que dizemos. Tudo não passa de um conjunto de reações químico-biológicas. Raiva, amor, tristeza, felicidade não passam de uma combinação entre hormônios e impulsos elétricos. Pessoas inteligentes, burras, boas, más, incríveis e monótonas são todas anatomicamente iguais. Isso me leva a uma conclusão: as ciências humanas não existem. Longe de mim repudiar as humanidades, afinal, é por esse caminho que vou seguir na minha vida acadêmica, mas que elas são superficiais e frágeis, isso são. O que é o pensamento? A índole? A consciência? O ego? Ninguém sabe ao certo. E não é justamente isso o que estuda a Psicologia, a Sociologia, a Antropologia? Então...

O que me levou a todas essas conjecturas? Ontem comprei a Superinteressante desse mês. A capa expunha comprimidos recheados de cérebros em cima da chamada: "A pílula da inteligência". Pronto, estava feito o estrago. Milhares de conexões e estímulos passaram pela minha massa cinzenta e o resultado vocês estão lendo agora. Esse mote se associou a uma aula de filosofia pras discursivas da federal que tive semana passada em que ouvi que Descartes considerava o corpo uma máquina. Taquei tudo nesse liquidifador encefálico que carrego sobre o pescoço e voilà, um texto denso e relativamente enorme pros meus padrões.

Enfim, a percepção desse fato - do que não passamos de um amontoado de células e afins - me leva a duas conclusões: uma é de que as "drogas da felicidade" presentes no filme do Spielberg, "Minority Report", e na obra-prima de Aldous Huxley - que ainda pretendo ler na íntegra, com tempo e atenção - "Admirável Mundo Novo", são possíveis e não passam de uma questão de tempo; a outra é de que se por dentro somos todos iguais, provavelmente haja algo maior por trás dessas nossas carcaças. Alma consciência, espírito, saber, vida. Chame como quiser. Só espero viver até descobrirem o que é realmente. Espero viver, se é que ao beirar meus 100 anos a morte já não seja algo opcional, porque do jeito que estamos indo, não duvido mais que a imortalidade seja algo alcançável.

Um comentário:

  1. Realmente, a reflexão que todo filósofo (ou wannabe) que se preze faz uma vez na vida.
    Boa profundidade!
    Uma pena que o texto meu que fiz sobre isso se foi junto com meu antigo blog.

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