domingo, 29 de novembro de 2009

For Those That Rock, I Sallute You

Passar 12 horas de baixo de um sol escaldante, tomar uma chuva de verão típica de São Paulo, com direito a trovoada e ventos, ficar mais do que 15 horas em pé, seja andando, parado, pulando, passar 7 horas apertado num ônibus na ida, mais 7 na volta... Tudo isso gastando mais de 300 reais. Mas valeu muito a pena por duas horas do dia 27 de novembro. AC/DC.

Setenta mil pessoas, muitas delas vindo de longe, pulando no gramado e nas arquibancadas do Morumbi ao som de "Rock'n'Roll Train". A impressão que tive foi que todas elas sabiam de cor as letras de todas as músicas de uma das bandas mais influentes de todos os tempos. Segunda música foi "Hell Ain't a Bad Place To Be", extremamente irônica na minha situação, afinal, passar pelo inferno, comparando com o dia que passei, não seria tão ruim. Canções clássicas, como "Back in Black", intercaladas com umas do álbum novo, o Black Ice, fizeram um setlist de agradar a qualquer fã (ou não fã). A banda simplesmente deu um show de instalações e, principalmente, de performance. Pirotecnia, solos virtuosíssimos, bonecas infláveis gigantes e dancantes. Não tenho jeito melhor de expressar a sensação de ter feito parte desse espetáculo.

Destaco aqui o que mais me chamou a atenção do show. Primeiro, ao apagarem-se as luzes do estádio, podia-se observar um enxame de luzes vermelhas piscando. Eram os chifres de diabo que estavam sendo vendidos antes do show, tema da capa do disco "Highway to Hell", e que Angus Young, guitarrista, usou no bis. Canhões ensurdecedores, se unindo ao já estrondoso som da banda, ecoavam durante a performance de "For Those About to Rock (We Salute You)" e abalavam as estruturas, senão do estádio, as minhas.

Mas absurdo mesmo foi o show do já mencionado guitarrista, Angus Young. Nas palavras do vocalista Brian Johnson antes da música "The Jack" (na qual, no fim, Angus faz um strip-tease), "he's got the devil in his fingers and the blues in his soul". E não duvido nem um pouco dessa afirmação, principalmente pela música "Let There Be Rock". Uns vinte minutos após término da letra da música e Angus ainda solava no palco. Seja na passarela que atravessava o gramado e levava a uma plataforma que se elevava, seja no centro do palco e das atenções e das luzes. Young parecia uma criança de brinquedo novo, não querendo soltá-lo jamais. Na minha humilde opinião, digo convicto que presenciei um dos guitarristas mais talentosos ainda vivos. Animador de multidões, virtuoso solista, criança (de 54 anos) hiperativa.

Resumo da ópera: 300 reais extremamente bem investidos no show que garanto ter sido o melhor de minha vida, até agora.

Um comentário:

  1. Tio Bil! Como comentei contigo, essa é uma experiência para o resto de sua vida e vivida na "idade certa" - digo isso, porque quando você estiver perto da minha, já vai preferir ingresso VIP e de camarote.
    A viagem, o suposto "perrengue" faz parte do show!
    E valeu pela camiseta "irada" da Alice, que vai guardar no baú a tal relíquia do Tio Bil!

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