sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A Melanina da Discórdia

Hoje, 20 de Novembro, é o Dia da Consciência Negra. Um marco da luta afro-descendente pela igualdade. E é justamente sobre igualdade que eu resolvi falar, aliás, sobre a falta dela, simbolizada pelas cotas raciais. Mas antes que me crucifiquem por eu ser branco e achem que eu, por ser vestibulando, olho só pro meu umbigo, quero deixar claro que eu sou totalmente a favor das cotas, mas das sociais.

Cotas não são e nunca serão a solução pros nossos problemas educacionais. Elas são somente um “tampão” pra conter o vazamento. Agora, que elas são úteis pra diminuir as discrepâncias, isso elas são. Cotas possibilitam um aluno dedicado de baixa renda chegar ao ensino superior e ter uma carreira digna. É desonesto comparar a minha preparação com a de um rapaz com o mesmo QI que o meu, mas que sempre estudou em colégios estaduais.

Entendo que o índio e o negro foram explorados de todas as maneiras possíveis e que o preconceito e sua suposta inferioridade estão praticamente inseridos na cultura popular, mas ainda não concordo com as cotas raciais. Separar alguém pela etnia é admitir a diferença. “Cor de pele” não é mensurável, por dentro nada diferencia um negro de um caucasiano, afinal somos todos iguais, lembram? Sem contar que conheço diversas pessoas que vão tentar entrar em cursos superiores concorridíssimos por cotas raciais sendo que sempre estudaram em colégio particular, sempre tiveram acesso à cultura e têm todas as condições de passar por esforço próprio.

Aceitar essa “esmola” governamental é ir contra os ideais de igualdade pelos quais Zumbi, Martin Luther King e Malcolm X sempre brigaram - com razão, diga-se de passagem. Para resolver o preconceito, precisamos mudar a cabeça das pessoas e não a constituição.

3 comentários:

  1. Como muitos dos problemas de nosso país, só pode ser pensada uma solução através duma tremenda reforma no nosso sistema educacional.
    Mas que dá uma preguiça de pensar nessa reforma, dá, não dá, senhores políticos?

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  2. digo sem conhecimento de causa, sem pesquisa aprofundada e sem nada demais MÃS e a "polêmica da escravidão no Quilombo dos Palmares"?procurei apenas isso no wikipedia ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Zumbi_dos_Palmares ) até pq amanhã tem curitiba, né :/

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  3. Olá! Tava vendo uns comentáros seu na comunidade da UFPR e vc fala muito bem.
    Sabe, eu entendo perfeitamente sua posição. Também sou vestibulanda e também não estou concorrendo através das cotas. Concordo com você em alguns pontos e com certeza, somos todos iguais. O fato é que nem todos parecem perceber isso!
    O Brasil infelizmente é um país racista e não podemos negar isso!
    Realmente, as cotas sociais foram bem mais facilmente assimiláveis pela sociedade, mas o que o país quer, ao implantar as cotas, é promover a melhoria na qualidade de vida dos negros em particular!
    Nossa história não nega as injustiças do nosso presente. É inegável a necessidade de uma medida que possa reverter ou ao menos minimizar a situação...
    a criação de cotas não anula a responsabilidade da reforma no ensino de base, e servirá apenas como medida paliativa!
    Segundo informaçoes que me deram na barraquinha sobre cotas na feira da federal, a medida foi implantada com o intuito de permanecer somente por 10 anos, ou seja, é algo provisório!
    Entendo completamente seu lado, só acho que a última frase infelizmente ainda não pode ser efetivada. O país não deixaráe ser racista de um dia pro outro. E até lá, é necessario que se tomem outras providencias.
    Consciencia não pode ser imposta, respeito sim.

    Admiro sua iniciativa de abordar o assunto e estara berto a discussões :)

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