terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Peso, com Velocidade

Bandas que duram mais de duas décadas, com qualidade de som, são raridades. As que o fazem, são consideradas clássicas, obrigatórias no mp3 player de todos. As pioneiras de certos gêneros também tem um peso grande em nossa cultura musical. Quando ouvi pela primeira vez a banda que comentarei hoje, por influência de meu irmão mais velho, sabia que tinha ouvido algo que mudaria meu gosto pro resto de minha vida. "Seek and Destroy" abalou minhas estruturas, até então intocadas por música boa. Metallica, uma das primeiras bandas de metal de sucesso, "criadores" do speed ou thrash metal, é uma banda de respeito.

Os três primeiros álbuns da carreira deles, "Kill 'em All",  "Ride the Lightning" e "Master of Puppets" são marcos na história do rock pesado. Velocidade, quebras de ritmo inesperadas, letras fulminantes, riffs poderosos. Enfim, três álbuns extremamente pesados, rápidos e com uma sonoridade impecável para uma banda que surgiu da cena underground da Califórnia, com influências do metal britânico recém-surgido (Iron Maiden, Motorhead, Diamond Head, Judas Priest). O quarto álbum, "...And Justice for All", não deixou por menos na discografia da banda. Com letras politizadas, críticas à guerra e à corrupção, riffs marcantes com solos absurdos e o ímpeto de fazer levadas ainda mais velozes na guitarra, Metallica chegava ao seu ápice na carreira.

Com a morte do baixista, letrista e mestre Cliff Burton, pouco antes do lançamento do "..And Justice...", Metallica passou um tempo ignorando e menosprezando o novo baixista, Jason Newsted, o que levou a álbuns com qualidade sonora mais baixa (o quarto álbum teve que ser remasterizado posteriormente pela extrema desvalorização do baixo no original). No meio de tudo isso, em 1991, é lançado o "black album", na verdade, entitulado "Metallica". O maior sucesso comercial da banda, canções um pouco mais leves, sem perder a compostura de uma banda de metal, foi o que trouxe o grupo ao mainstream.

Depois de alguns álbuns que, como fã conservador, prefiro ignorar ("Load", "Reload"), Metallica voltou, em 2003 com o álbum "St. Anger", no qual parte de sua potência antiga foi retomada. O baixista da vez, que continua até hoje no grupo, Robert Trujillo, ex-Suicidal Tendencies, ganhou rapidamente o respeito do grupo e dos fãs, pela habilidade no instrumento e, também, pela cara feia e atitude de roqueiro barra pesada.

Em 2008, retomada a força e velocidade antigas, é lançado o "Death Magnetic", que obteve relativo sucesso. Porém, o que eles conseguiram com esse álbum foi voltar a chamar a atenção de fãs que haviam deixado a banda de lado. Faixas velozes como antes, uma canção instrumental, que era hábito até a era comercial da banda, e a cerimônia de 2009 do Rock and Roll Hall of Fame, na qual o Metallica foi introduzido, fizeram lembranças dos álbuns antigos, boas, por sinal, voltarem às mentes dos fãs do bom metal.

Agora, mais precisamente, nesse sábado (30/01), o grupo vem ao Brasil, em São Paulo, fazer uma apresentação da turnê World Magnetic Tour. Esperemos para ver se, realmente, o Metallica está feroz e pesado como antes.

Um comentário:

  1. Robert Trujillo não estava na banda na gravação do St. Anger, quem gravou o baixo no álbum foi o produtor Bob Rock.

    ResponderExcluir

Regras dos comentários para melhor organização do blog:

- Comente de acordo com o tema do post.
- Sem ofensas nos comentários.
- Manifestações (tanto a favor quanto contra) são bem vindas.
- Siga a regra da ABNT nos comentários. (Brincadeira =D)