quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Animalesco

Estava voltando de uma prova em São Paulo. O local era o metrô Barra Funda. O dia, sexta-feira. Acabara de chover, e lá fui eu em minha aventura. Tinha que voltar para a casa de meus tios. Eram 18:14 e estava adentrando aquela floresta em que o barulho e o movimento não cessavam.

Procurei por um tempo a direção que deveria tomar. A seta indicava o destino. Desço ao subterrâneo onde encontro montes e montes de meus semelhantes, pessoas. Já haviam me dito sobre a quantidade em que se juntam e o perigo que é se aventurar entre eles, mas até esse dia não tive nenhuma noção do que aquilo era na realidade.

Funcionava como algo já programado na cabeça de todos. O som do freio do trem implicava num levantamento de cabeças e num empurra-empurra imediato. No meio de tantos a sensação de sufoco é inevitável. O clima de pressa e competitividade para conseguir entrar na máquina era pesado. Por azar, em minha frente se encontravam três velhos sábios e, posso dizer, extremamente fortes. Enquanto todos empurravam um ao outro, lutando para entrar na locomotiva, aqueles velhos entravam um por metrô, e preferiam esperar o próximo. Aguentavam de forma surpreendente ,aos meus olhos, todos que os empurravam impiedosamente.

Obrigado a esperar a passagem de três trens, finalmente consegui meu lugar em um. Literalmente espremido, observava como os outros ainda conseguiam entrar dentro do vagão quando o espaço já era mínimo. Existe habilidade e técnica em tudo! Chegando à estação que seria minha "ponte", me encontrava prensado em um lado do trem. Vendo a estação chegar, torcia para que a porta na qual estava encostado abrisse para que pudesse sair.

Agradeço à famosa "Lei de Murphy" pela porta oposta ter aberto. Em desespero para sair daquele clima pesado e fedido com todas as pessoas cansadas, perfurei a mata de carne amontoada na minha frente. Era engraçado que na minha frente via um sendo levado, girando, pela multidão. Uma cena hilária tanto para mim quanto para ele. Ainda bem que o humano ri da própria desgraça.

Podendo respirar melhor agora, saía da Sé na direção do Jabaquara em um ritmo muito mais calmo. Sinto saudades da minha cidade.

2 comentários:

  1. Hahahahahahaha,

    bom ver teu post, Dan...

    Pois é, o metrô de São Paulo é mesmo abarrotado... Muito diferente daqui, porém, já já chegamos lá...

    Um dia pegando o metrô em Sampa, para ir fazer a entrevista da FGV, refleti sobre a mesma coisa... Mas, como é característica minha, vi uma coisa muito legal no meio desse "fuzuê", as pessoas eram um tanto mais simpáticas, acredite ou não... Conversei com duas pessoas no trajeto... No meio de tantas pessoas, problemas, atrasos, o pessoal ainda tinha boa vontade para dar licença... Me chamou a atenção... Até para nós curitibanos, simpáticos ao extremo...

    A saudade que você comenta nesse post, tento mensurar, sem ao menos ter sentido, caso eu vá morar em São Paulo...

    Parabéns,


    Pedro

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  2. É verdade, Pedro. Lá, posso dizer que as pessoas têm um pouco mais de disposição para se socializarem.

    Fui com meu pai para uma feira lá em Sampa e meu pai, ao sair do metrô, tropeçou e caiu no chão. Não digo várias, mas no mínimo umas 5, 6 pessoas vieram nos ajudar. Difícil ver isso nos biarticulados daqui.

    Aliás, post massa, hein, Dan!

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