Acho que nunca comentei aqui que tenho uma irmã especial. E realmente, as mães costumam falar que são os filhos que menos dão trabalho, mesmo sendo mais dependentes. Essas crianças costumam ter um tipo de autismo, vivem no mundinho delas, mas ainda assim se comunicam com os seus familiares de uma forma muito amorosa: através da linguagem corporal ou até mesmo pela expressão dos olhos.
A forma mais propagada pelo mundo de trazê-los para mais perto de nós, tirá-los de sua realidade, nem que seja por poucos instantes, é através da música. É incrível como eles te reações diferentes devido ao som, que funciona como o empuxo: faz eles ficarem mais leves, não só de corpo, mas psicologicamente. Como se suas amarras físicas fossem desfeitas. Além disso, existe toda uma tensão no contato com as pessoas mais bem entendidas.
No embalo de uma música é como se uma ponte fosse estabelecida entre esses dois universos tão distantes. O poder de um simples arranjo organizado em compassos e pautas, harmonias bem pensadas, e desarmonias mais difíceis ainda é comovente. A Louise, minha irmã, não consegue nem andar, mas com uma ajudinha, ela até dança ao som do piano.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
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que lindo texto hermínia.. não sabia da sua irmã.
ResponderExcluireu também tenho alguns parentes especiais, sei um pouco do que isso significa.
a música realmente liberta, vocês devem se divertir muito nessas danças da vida!
beijão!