sábado, 16 de janeiro de 2010

O Preço do Sistema

Bem, férias é pra fazer turismo mesmo. E aqui estou eu em Foz, comemorando o aniversário da minha avó. A primeira coisa em que fomos dar uma olhada ao chegar, é óbvio, foi os horários dos passeios turísticos e seus respectivos preços (ninguém é de ferro). Não pude evitar de olhar torto pra mulher quando ela disse que precisávamos dar vinte e dois reais para entrar nas cataratas.

Pagamos mais de 64 tipos de impostos, o equivalente a 40% de nossa renda, e ainda precisamos comprar uma entrada para acessar um bem público! Claro, cobrar ingresso se faz necessário para manter a infra-estrutura do parque. No entanto, o preço deveria ser algo acessível a todos, visto que a cidade gira em torno do turismo, o qual gera uma gorda arrecadação pro fisco. Tem também a ITAIPU, que mesmo parcialmente privatizada, cobra uma taxa de R$37,00 para fazer toda a visita.

É evidente a crescente burocratização dos procedimentos mais simples possíveis. Assim, nosso sistema brasileiro abre brechas para o chamado fenômeno de "caciquezação", onde todo mundo, por menor que seja o seu cargo, acha que manda naqueles que tem cargos mais simples, havendo as mais variadas esferas de poder e burocracia. Olhe no judiciário, para que você seja bem atendido nos cartórios da vida, fazer o processo andar, etc, é preciso conhecer o cartorário, ser amigo do estagiário balconista, do oficial de justiça. Mesmo que a história do sobrenome tenha perdido a força, manter a panca de importante continua sendo válido, por isso a importância da imagem, até mesmo para aqueles que frequentam o fórum.

Fica claro que hoje a república não é de todos os brasileiros, e posso dizer que nunca foi, e até que nunca será. Para que se mantenha uma estabilidade no país, a desigualdade se faz necessária. Mas o movimento de privatização da res publica é descarado! O sentimento de pertencimento a esse todo não é compartilhado por muitos. Essas barreiras que são estabelecidas pelas mais variadas esferas do sistema, como um ingresso caro, ou a necessidade de uma imagem imponente, são um dos fatores que emperram a humanidade de caminhar para frente.

Não me atrevo a oferecer uma solução a todo esse problema, mas penso que não podemos também usar da lógica daquele antigo ditado de "briga de marido e mulher...", afinal mesmo não estando envolvidos faticamente com o problema, porque fazemos parte de uma fina fatia abonada da sociedade (que tem acesso a internet, educação, no mínimo), deveríamos nos sentir comovidos ao perceber todos esses problemas, se importar com aqueles devido a um sentimento de humanidade. O Pedro sempre diz isso, como humanos, não poderíamos permitir certas injustiças. Cabe a nós utilizarmos as ferramentas que temos nas mãos: educação, para podermos fazer algo para mudar no desempenho de nossas funções dentro da sociedade.

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