quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Música de Vídeo-Game

Não, não é sobre os clássicos temas de Mário ou Zelda que vim falar hoje. “vídeo-game”, nesse sentido, beira o tom pejorativo. Eu vou falar é de “música eletrônica”.

Os DJs que me perdoem, mas não vejo nada de “música” na “música eletrônica”. O porquê é simples. Os sons não são de verdade! São meros ruídos eletrônicos que simulam o som dos instrumentos de verdade. Toda música eletrônica tem uma “bateria eletrônica”, um “baixo eletrônico” e um som mais agudo, algo como uma “guitarra eletrônica”. Você nesse momento deve estar pensando “e baixo e guitarra não são eletrônicos já?”. Então, não são. Eles são elétricos, o que é algo totalmente diferente, acredite.

Explico. A diferença é simples e basta entender como funciona o instrumento pra perceber. Pego como exemplo a guitarra. Ela tem o corpo de madeira, que é a parte mecânica, e os captadores que convertem o som das cordas em ondas que vão pro cabo e pro amplificador de som, que é a parte eletrônica. Porém, a onda captada pelo captador é transferida por meio da madeira, o que faz com que guitarras tenham sons diferentes dependendo do tipo de madeira que nelas é empregado. Ou seja, apesar de ser algo elétrico, a parte mecânica é essencial para o processo. Isso faz com que o som da guitarra seja mais “real” que os “bips” eletrônicos.O mesmo ocorre com a bateria e com o baixo.

Qualquer música eletrônica pode ser feita por instrumentos reais. E é, dependendo da pessoa. Lembro que fui no Planeta Atlântida do ano passado e o Marcelo D2 – que nem é um artista que eu admire tanto – me chamou a atenção porque tinha na banda de apoio um baixista, um guitarrista, um baterista e um DJ. Mas o DJ não tava ali só pra botar o som, ele botava os samplers, que é a parte legal de ter um DJ na banda. Toda a batida – extremamente necessária pro hip hop que o D2 faz e que normalmente é feita por som de computador – era real, o que dava um ar muito mais vivo à música.

Claro que tem cara por aí que bota instrumento no meio das batidas. Não sou muito conhecedor, mas amigos meus me falam que um tal de Skazi toca guitarra nos “shows” – é, entre aspas mesmo, não considero DJs músicos e, pra mim, não se discoteca em show, se discoteca em festa – o que já é algum diferencial.

Mas não tem jeito, não consigo ver a “música eletrônica” senão como um conjunto de sons que se repetem constantemente pra se dançar - e nesse sentido ela ótima; pra dançar é perfeita, mas não entendo como conseguem ficar ouvindo e curtindo esse som. E também acho engraçado todas as nomenclaturas que criam pra esses sons que me parecem tão iguais. “Ah, ele faz um pop-trance-lounge com tendências prog-psy”, sabe? Mas enfim, se alguém tiver paciência pra me convencer de que estou errado, estou aberto pra discussões. Por enquanto não passa de “música de vídeo-game”.

7 comentários:

  1. Eu acredito que você esta baseando sua opinião sobre música eletrônica a partir do fado de que voce nao a aprecia. Existe SIM diferença entre por exempro House Music, Trance, Psy e Techno, elas tem batidas diferentes sons diferentes e ritimos diferentes, cada uma tem um "proposito" por exemplo as musicas de Techno sao aquelas musicas eletronicas cantadinhas estilo Jovem-Pan, Psy aquelas que tocam em raves que tem um ritimo totalmente diferente, mas nao vou tentar explicar tudo, se voce parar para ouvi-las vai entender. O fato é que tem muita musica das quais eu tenho certeza que voce gosta que sao influenciadas pela MUSICA eletronica, o que nao é meramente uma "musica de video-game", as musicas tem o proposito de te tocar, fazer voce refletir e coisas assim, normalmente, com as palavras, mas musica eletronica tem o mesmo proposito mas é para te tocar atraves do sentimento da batida e por isso é tao "dançavel". Skazi é sim um grande artista e o som de sua guitarra com o da musica eletronica é muito boa. Voce explicou tudo sobre a guitarra e seus sons mecanicos mas esqueceu de que toda essa musica, no estudio, é modificada e ampliada por computadores, o que faria dessa musica um tanto quanto eletronica, do mesmo jeito que aparelhos podem ser usados para mudar o som da guitarra ao vivo (pedais ou algo do tipo). Isso nao faria de toda musica um pouco eletronica?

    ResponderExcluir
  2. Que bom que as pessoas tem opiniões diferente da gente. Se não fosse assim, o mundo seria muito chato. =)

    E quero dizer também que não sou tão conservador pra rejeitar qualquer tipo de inovação tecnológica, por favor.

    Mas vamos às réplicas. Realmente. Existem vários efeitos nos instrumentos, mas a base continua sendo o som mecânico. Isso faz com que tenha diferença no som captado pelos humbuckers de um les Paul e pelos Single Coil de uma Stratocaster. Mesmo usando o mesmo amplificador e os mesmos efeitos. O caso da música eletrônica é que o "baixo" sempre soa igual. Bem como a "bateria". O que, como eu disse, é desnecessário e preguiçoso, já que tira a parte humana da música. Qualquer teclado faz uma base com todos os instrumentos pra você cantar em cima, por exemplo. Mas e os músicos que teriam que cuidar do tempo da música? Isso sem contar que tira todo o feeling do instrumento. Existe uma grande diferença entre um profissional e um amador fazendo a mesma coisa em qualquer instrumento.

    Na verdade, a música eletrônica que é imfluenciada pelo que eu escuto. Exemplo? Pink Floyd. Eles foram precursores em vááários pontos da música eletrônica.

    Música eletrônica não faz ninguém relfetir. Pode fazer viajar, mas refletir não.

    Provavelmente tem diferença, mas nunca descobri a diferença entre Trance, Psy e progressivo, por exemplo.

    Bem, eu realmente não sou de ficar ouvindo, mas dançar é algo que eu não vejo problema algum...

    ResponderExcluir
  3. AH nãããão, lá vem você com essa história de conceitos fechados, justamente você, ALLAN! É a mesma história da arte moderna...

    Música eletrônica, se não for música, deve estar bem próximo disso. Você já parou para ouvir a batida dela? Dani-se como é feita, a ordem dos fatores não altera o produto!!!!

    ResponderExcluir
  4. Não sou o cavaleiro defensor da música eletrônica, por não gostar muito (gosto é gosto, ah vá...).

    Mas acho meio radical demais falar que não é música.

    Só me é difícil entender como tem gente que vê coisa a mais, além do ritmo dançante, mas, como já disse, vai ver é questão de gosto.

    ResponderExcluir
  5. Não é bem assim, música eletrônica, que eu saiba, não tem embasamento teórico musical nenhum... Não tem feeling, não tem a dificuldade de execução. a m~usica eletrônica tá pra música como a animação tá pra atuação. Com um computador em mãos o Shrek vira o melhor ator do mundo.

    Mas já disse, ela cumpre o papel de música pra dançar, e ponto. Acaba por aí...

    E não é um conceito fechado, se me apresentarem bons argumentos eu mudo a minha opinião!

    ResponderExcluir
  6. Dane-se*
    AHAHHAHAHAHA
    como ter autoridade pra argumentar alguma coisa depois dessa gafe??
    Mas acho que musica eletronica pode ser considerada musica sim, a batida e o corpo dela, se voce entra no ritmo, eh como se seu coracao batesse no mesmo embalo. Alem disso, musica nem sempre precisa ser dificil de tocar. Quem nao ouve do re mi fa e diz que aquilo nao e musica? Por mais simples que seja, tem embasamento musical sim. Nao vou dizer que gosto, nao gosto muito de muisca eletronica e seus afins. Mas tudo tem o seu momento, vai me dizer que numa festona, ao ar livre, o vento batendo no seu rosto, os alto falantes em plenos pulmoes (hahah) tocando uma musica so, que mesmo sem instrumentos, faz todo mundo ficar num mesmo ritmo. Acho hipnotizante musica eletronica, sendo boa de sua maneira particular. Nao entendo muito de musica para afirmar, mas sei que combinar arranjos nao eh nada facil. Varios ritmos se misturam formando um so, como se a gente so enxergasse o cinza de uma palheta de cores girando. E olha que eh muito mais dificil fazer o cinza ter graca do que o vermelho... ( cade os acentos e o cedilha desse troco???? que gringo...)

    ResponderExcluir
  7. Quantas vezes eu vou ter que repetir que ela cumpre o propósito dançante?? Pô, gente, já disse isso 3 vezes aqui.

    O que eu tô falando é da parte auditiva da música. Que ela mexe com a gente, disso ninguém duvida, mas tem gente que fica ouvindo aquilo no mp3! É essa parte que eu não entendo...

    Música eletrônica não é difícil de fazer não, é só ir juntando as batidas... Sem contar que o DJ não toca instrumento algum. Não tem o esforço em aprender um instrumento. É a mesma bronca com a arte moderna. Você não precisa estudar desenho pra fazer, qualquer um faz...

    Mas eu não condeno a música eletrônica! Pra dançar é ótimo, agora ficar ouvindo, analisando, discutindo música eletrônica são coisas que não entram na minha cabeça...

    ResponderExcluir

Regras dos comentários para melhor organização do blog:

- Comente de acordo com o tema do post.
- Sem ofensas nos comentários.
- Manifestações (tanto a favor quanto contra) são bem vindas.
- Siga a regra da ABNT nos comentários. (Brincadeira =D)