sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Saúde!

Como o brasileiro tem memória curta, não? Olha a tal da gripe suína, por exemplo. Alguém ainda comenta sobre isso? Se bobear essa “pandemia” passou tão rápido que nem deu tempo dos baianos largarem suas redes pra comprar o álcool gel.

Não estou menosprezando a gripe – meus pêsames a quem perdeu parentes e conhecidos graças à doença – só acho engraçado como ninguém mais comenta dela! O vírus continua por aí, como sempre esteve – na verdade ele tá aí há mais de 80 anos, por baixo, afinal, é sempre bom lembrar que ele é uma mutação do H1N1, o vírus da gripe espanhola. Está por aí como o da AIDS, o da gripe comum, o da gripe aviária, e tantos outros. Mas hoje em dia não se vê mais pessoas evitando shopping centers, cinemas, shows, restaurantes e outras aglomerações. Lembro-me que tive a oportunidade de passar por Guarulhos no auge da gripe e rir de todas aquelas pessoas com máscaras – que mais atrapalham do que protegem, que fique claro – sendo que hoje em dia ninguém mais ousa sair com aquilo nas ruas.

Mas acho que isso tudo teve um lado bom. Eu, pelo menos, lavo as mãos com mais freqüência do que no período pré-gripe. A higiene, em si, teve melhorias graças a essa loucura toda. Creio também que as empresas de máscaras cirúrgicas e álcool gel nunca obtiveram tanto lucro em todas suas vidas. Ah, claro, já ia me esquecendo dos jornais que tiveram notícia por mais de um mês tendo todo dia novos números da gripe, poupando os jornalistas de matérias sobre a crise no Senado, que corria solta naquela época.

O que eu mais adorei sobre isso tudo foram as teorias conspiratórias. A Roche que criou o vírus por ser a única a produzir o tamiflu, ambientalistas querendo diminuir o consumo de carne suína, técnicas obscuras de redução populacional, etc. Nem as empresas de álcool gel escaparam das conspirações! Teve até um vídeo em espanhol sobre uma dessas teorias que bombou na internet por aquele período.

Hoje em dia, as únicas coisas que me fazem lembrar que ela ainda existe são os cartazes de métodos de prevenção espalhados pelo colégio, a garrafa de água que eu tive que começar a carregar por terem fechado os bebedouros e a janela da sala que tem que permanecer aberta, o que é péssimo em dias quentes já que o ar-condicionado não consegue circular.

Enfim, como já dizia o poeta, “felicidade não passa de boa saúde e péssima memória”. Talvez seja por isso que o nosso povo é tão alegre.

Um comentário:

  1. Esquecimento, memória curta, país sem memória, fast-food para o cérebro....6.597 denominações podem ser dadas ao descaso governamental e social do país.
    Dengue, H1N1, desidratação, exame do pezinho, meningite, catapora, preventivo colo do útero, vacinação básica...é disso que esse povo morre!
    O que se estabelece aqui é medida provisória. Tá ai a CPMF que não me deixa mentir. "Nada mais permanente que o caráter provisório", assim diz um gde amigo!

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