terça-feira, 13 de outubro de 2009

E o Nobel Vai Para...

Esse ano o Prêmio Nobel teve diversas surpresas. O Nobel da Paz foi destinado a um “prometedor” e não a um “cumpridor”, o Nobel de Economia teve pela primeira vez uma mulher como vencedora, além dela, houve mais 4 vencedoras, mulheres. Um recorde.

Nos prêmios científicos, o de medicina foi divido igualmente entre Elizabeth H. Blackburn, Carol W. Greider e Jack W. Szostak pela descoberta de como os cromossomos são protegidos pelos telômeros e pela enzima telomerase, importantíssimos para a pesquisa do câncer e do envelhecimento. O de física foi destinado a duas pesquisas: uma feita por Charles K. Kao, responsável pelos avanços na comunicação graças à transmissão de luz por fibras óticas, que resultou num mega-avanço nas telecomunicações, que ficou com metade do prêmio, e outra realizada por Willian S. Boyle e George E. Smith, pela invenção do circuito semi-condutor (sensor CCD) que possibilitou a criação dos pixels. Por fim, o de química foi recebido por Venkatraman Ramakrishnan, Thomas A. Steitz e Ada E. Yonath pelos estudos da função e da estrutura dos ribossomos, o que ajuda a compreender como as bactérias “criam” resistência aos remédios.

O de literatura foi destinado a Herta Müller, não tanto pela sua escrita, mas mais por seu posicionamento político antiautoritarista em plena Alemanha comunista, evidenciando os podres do regime socialista. O de economia, por sua vez, a Elinor Ostrom e a Oliver E. Williamson. A ela, por seu trabalho na demonstração de como propriedades em comum podem ser utilizadas por associações de usuários sem a interferência do estado. Já ele, de como por sua teoria sobre resolução de conflitos entre corporações, também sem interferência estatal. Uma de caráter claramente ambientalista, já a outra com uma postura relativamente liberal, meio contraditório já que ainda passamos por uma crise econômica.

Por fim, a surpresa do ano foi a laureação do Nobel da paz a Barrack Obama, o primeiro afro-descendente a alcançar o mais alto posto governamental estadunidense. A surpresa foi pelo fato de Barrack Obama ainda não ter realizado suas metas, porém, apenas a sua vitória eleitoral já bastou para que os nervos da política internacional se acalmassem.

E o nosso Brasil continua sem ter um Nobel na estante. Já chegamos perto diversas vezes, mas o máximo que alcançamos foi o prêmio de litaratura de Saramago, o escritor português que aboliu a pontuação de sua escrita. Enfim, sempre temos o ano que vem.

Um comentário:

  1. Nossa, odiei a Herta Müller ser premiada. Não tinham vendido nem 500 exemplares dela aqui no brasil antes do anúncio! Ela e toda a torcida do flamengo são antiautoritários. Alfred Nobel criou essa instituição que premia pessoas dão sua contribuição intelectual ao futuro da humanidade. Não que eu ache que ela não tenha nada a contribuir, só penso que quem não é conhecido, não tem como ajudar. Nunca li um livro dela, mas também porque nunca tinha ouvido falar. Questões políticas não tem nada a ver com o Nobel. Ele pode sim ser um instrumento fortíssimo de divulgação cultural, etc. Mas gente , como o nosso Guimarães Rosa aqui, Mario de Andrade, Clarice Lispector (mesmo eu não gostando muito), Gilberto Freyre, Sergio Buarque de Holanda mereciam premiações tão boas quanto, visto que mesmo não tão conhecidos ai fora, contribuíram muito para a construção de uma identidade nacional.

    Sobre o Obama, outra questão política.Ele nem teve tempo de realizar o suficiente para ganhar um Nobel da paz. Concordo com Fidel: a indicação do Obama é mais um repúdio ao Bush do que uma premiação às realizações do atual presidente estadunidense.

    Um minuto de silêncio em homenagem a decadência do Prêmio Nobel.

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