quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Vascularização das Opiniões

Respondendo o comentário pré-histórico do Allan sobre arte contemporânea: cada um tem sua forma de externar aquilo que sente, que vê como arte. Não existe um padrão do que pode ser considerado como uma obra artística. Claro, pessoas submetidas a um mesmo contexto histórico, político e socioeconômico possuem tendências similares. Não é possível você ver um quadro, por exemplo, e encarar aquele estilo da mesma forma que você encarava antes. Ele passa a exercer uma influência sobre o seu olhar, seja positiva (e assim, construtiva ao seu estilo, estando contido nele) ou negativa ( sendo usado como oposição àquele determinado tipo de arte). Na verdade, não podemos nem sequer tipificar. Fazemos isso para fins didáticos e práticos, acredito eu.

Aonde eu quero chegar? Na verdade nem eu sei, to com sono, hahaha. Mas sinto em dizer que a tendência atual é não ter tendência alguma. As intenções encontram-se tão diluídas na sociedade, que acabam sendo praticamente singulares. Ninguém possui um ponto de vista igual ao meu. As influências que eu tive na minha vida, sejam subjetivas (sentimentais, memoriais, afetivas, sociais) ou objetivas (conhecimento, que por sinal, nunca será nem neutro nem impessoal, acabando por ser subjetivo também, de certo modo) acabam fazendo do meu pensamento estritamente singular. A arte contemporânea que o Allan tanto criticou não passa de um exemplo prático dessa visão única. Um dia, tive até que rir, vi no Museu do Olho um pote de vidro com molho de tomate dentro, quebrado, caído no chão e um esfregão e um balde do lado. Para mim aquilo não "é" arte, mas para as pessoas que compartilham da mesma gama mínima de signos que o autor da obra, aquilo é arte, pois elas conseguem entender o que foi externado.

Tudo é relativo,não depende só do ponto de partida para que se chegue a uma mesma linha de chegada. É claro, isso para pessoas não alienadas, mas não vou voltar ao manjado moto perpétuo.

Um comentário:

  1. Eu consigo viajar numa boa nas "obras de arte contemporâneas"... Essa do molho de tomate pode ser uma crítica política: o molho de Tomate mancha, assim como a corrupção, enquanto que o rodo e os panos seriam a consciência política. Pode ser sobre o amor também: um grande amor também mancha, deixa marcas, cicatrizes, e só um novo amor, no caso o rodo, pode limpar o estrago.

    Mas percebam que o artista não teve nenhum traço de genialidade, toda a viagem veio de mim! Diferentemente do Dali, que por trás das duas viagens, tem sempre algo a mais, isso sem contar a noção de perspectiva única, e a qualidade técnica dele.

    Se for assim qualquer um pode ser considerado um "Gênio da arte", até um elefante, como disse no meu post. É desonesto comparar essas obras com os trabalhos dos verdadeiros gênios...

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