domingo, 25 de outubro de 2009

A "Arte" de Enganar

A arte não existe mais faz tempo. Sempre achei muito engraçado esse negócio de arte contemporânea. Sabe aqueles quadros que se resumem a rabiscos e que, de acordo com o autor e os críticos metidos a besta, são “expressões mais profundas da alma”? Então, acho a maior besteira.

Arte pra mim tem 3 matrizes, 3 alicerces que sem eles ela é dispensável. Tem que ter emoção, criatividade e qualidade técnica. O primeiro é simples, o segundo já não é pra todo mundo e o terceiro sozinho também não é grande coisa. Agora conseguir unir os três, ah, isso é pra poucos.

E olha que eu nem sou daqueles radicais que só idolatra do séc. XIX pra baixo. Adoro obras do Picasso, do Van Gogh, até da Tarsila do Amaral. Essas obras não são meras “expressões mais profundas da alma”, são isso e muito mais. Um quadro de Picasso pode não ter a qualidade técnica convencional de um Leonardo Da Vinci, mas a perspectiva dele é única, utilizar formas geométricas pra representar os outros é genial na minha humilde opinião. Van Gogh então é mágico. Ele consegue exprimir seus sentimentos, expressar o que ele vê, o que sente, mas mesmo assim utiliza uma fusão expressionismo-impressionismo característica dele impecavelmente.

Agora peguem um Duchamp, por exemplo. Pra mim aquilo é a maior enganação. Tudo bem, é uma expressão raivosa e desesperada do pós-guerra, mas será que não dava pra ser melhorzinho não? E isso não acontece só na pintura, na música é ainda mais visível. Por exemplo, o Sex Pistols, uma banda punk. Aquela coisa baseada em 3 acordes, baixo de 3 notas e bateria manjada. Mas era música de protesto, tinha a parte emocional. Agora é desonesto comparar Sex Pistols com Chico Buarque, por exemplo. Chico também fazia música de protesto, mas era com classe, com talento. Não era um mero vômito de revolta.

Esses artistas são tão fracos que esses dias mesmo pegaram um elefante e o colocaram em frente a uma tela com baldes de tinta ao seu redor. Os quadros depois foram pra uma exposição em NY. O resultado? O tal pintor desconhecido foi enaltecido por todos, até comparado com um desses “gênios” da pintura moderna. Ou seja, um elefante pode fazer o mesmo trabalho, se não melhor, que qualquer um desses pseudo-artistas.

Talvez eu esteja sendo preconceituoso. Talvez eu esteja errado, assim como Monteiro Lobato estava quando avaliou a exposição da Anita Malfati, pintora modernista. Talvez daqui uns 20 anos eu desminta tudo isso, mas enquanto isso não acontece, continuo achando tudo isso uma grande idiotice.

3 comentários:

  1. não entendo de arte, fato, mas sempre achei aquele quadro da Tarsila, operários, bem inquietante. Mas se for analisar, faz algum sentido, ao menos. Perceber que podemos ser todos diferentes, mas no fundo um pouco iguais. Sei lá. Parabéns pelo post, bem escrito, não forcei pra chegar até o final, foi me levando.

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  2. Allan M. H. esquece que arte é muito mais do que esses 3 alicerces que ele julga conhecer... A arte não é independente (não precisa somente das capacidades do artista) -- ela também é dependente das circunstâncias sociais e da biografia do mesmo; é por este motivo que não existe mais arte: porque a história agora é outra, e é por isto que os movimentos sociais não produzem mais arte.

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  3. Nando Souza

    Creio que eu deixei bem claro que essa é a maneira como eu vejo a arte. Não estou querendo mudar paradigmas. Pra mim o contexto hitórico não é essencial pra perceber a qualidade das obras. Ler Manuel Bandeira sabendo que ele vivia à beira da morte faz compreender melhor alguns de seus poemas, interpretá-los melhor, mas não é isso que faz dele Manuel Bandeira... E sobre o contexto histórico, eu até fiz uma ressalva no meu texto e logo depois já contra-argumentei. Mas obrigado pela crítica. Por mais que não pareça, ela é bem-vinda...

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