quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Economia de Pau-a-Pique

A crise que todo mundo tanto temeu, pelo visto já passou. O Lula realmente não tava tão errado quanto à história da marolinha. Aliás, pra mim o governo foi impecável no tratamento dessa crise. Já imaginaram se eles tivessem assustado toda a população? A recessão econômica ia ser desastrosa. Ter fingido que tava tudo bem simplesmente fez como que nada acontecesse.

Percebem como a economia é relativa? A crise não é algo material, é algo imaginário. Toda a economia é. Só o fato de o presidente ter acalmado a população fez com que, apesar de os níveis de exportação baixassem, o mercado interno continuasse firme e forte. A economia não passa de uma convenção mundial.

Tem mais, ela é extremamente manipulável. Se um governo precisar de mais dinheiro, pode simplesmente emitir mais notas. Poderia pagar as dívidas internas, mas claro, teria sua moeda desvalorizada no resto do mundo. Agora, e se todas as moedas se desvalorizassem? E se todos os países emitissem mais notas na mesma proporção? O Valor de cada nota poderia diminuir, mas relativamente ao resto do mundo, ela valeria a mesma coisa! Isso mostra, por exemplo, que o ouro, que foi lastro por muito tempo, não tem preço!

Na natureza o arroba do ouro não tem preço fixo, tem o preço que nós estabelecemos. Aliás, o ouro é um metal como outro qualquer. Creio que ele tenha sido escolhido como moeda de troca pela dificuldade de encontrá-lo e da sua baixíssima reatividade. Mas eis que portugueses e espanhóis vêm pras Américas e descobrem que existem enormes reservas de ouro, prata e diamante por aqui. Resultado: eles são os novos “donos” do mundo. Percebam então que o ouro não é algo tão raro assim, provavelmente os Incas e os Astecas utilizassem outras coisas como moeda de troca, afinal, ouro era algo banal pra esses povos. Ou seja, o que tem o ouro de tão valioso?

Outra coisa que sempre me intrigou foi uma “crise mundial”. Pra mim, crise mundial não existe. Não dá pra todo mundo sair perdendo, o dinheiro não sai desse planeta. Tudo o que produzimos, consumimos e o dinheiro com que pagamos está aqui. Em toda crise há quem ganhe e há quem perca. Se todos perderem, no fim das contas deu na mesma, afinal economia é uma convenção, lembram? Outra coisa que também me intriga é quando dizem que é muito caro transformar água salgada em água potável. Caro? Caro vai ser a raça humana acabar por falta desse líquido incolor. Nada é caro quando se é necessário. Água é um exemplo de que a economia é falsa, é só a água acabar que o preço do aço das refinarias é subsidiado, a energia é divida, a mão de obra é qualificada e barateada, enfim, o processo todo se torna viável.

É por essas e outras que as ciências econômicas não me agradam. São muito frágeis, tudo é muito relativo, tudo é muito mutável e imprevisível. Frágil como as casa de pau-a-pique que só existem graças à ganância e desigualdade causadas pela própria Economia. Prefiro filosofia, algo que comparado a essa pseudociência - afinal, é tão aleatória quanto a astrologia - chega até mesmo a ser concreto.

4 comentários:

  1. Fala que não existe crise pra quem tem 15 hipotecas de uma mesma casa. E o ouro tem valor sim: além de valor de uso (utilidade), sendo esse o trabalho humano abstrato socialmente médio, medido em tempo necessário pra encontrá-lo; ele tem valor-de-troca, tão amado no capitalismo. Ele foi eleito como mercadoria trocável por qualquer outra pra que se facilitassem as trocas. Se eu produzo arroz, e meu vizinho tem um terneiro que eu quero, mas ele também produz arroz, meu arroz não tem utilidade pra ele. Se não fosse o ouro ( ou a prata, o sal), eu não poderia ter aquele terneiro, porque só produzo arroz.
    Então,eu dou esse arroz a um terceiro e ele me dá em troca ouro. Ouro é cambiável por tudo, é o equivalente universal, então eu posso ter o terneiro que eu queria.

    Mas dinheiro já não tem valor de uso, só valor de troca. A partir daí, a economia se torna abstrata. A crise foi sentida por muitos setores, nem todos acreditam no que o Lula fala, mas a esmagadora maioria tem sua opinião formada pelos meios de comunicação. A imprensa teve um papel importante, de início, divulgou a crise e muito, gerando um pânico geral. A partir do momento em que não se ouviu mais falar em crise, ela realmente sumiu.
    Ela foi combatida pelo Banco Central largamente, quando eles inundaram o mercado com dólares do compulsório bancário para fortalecer o real, e assim, compensar a baixa nas exportações. O índice bovespa chegou a despencar nos pontos nos primeiros meses, a liquidez virou um caos, ninguém mais confiava em ninguém. E Adam Smith ja falava da importância da confiança nas relações economicas.
    O que o Lula falou teve importância sim, mas não teria arrefecido os ares tumultuosos da crise sem esses correspondentes fáticos. As políticas anti-crise do governo foram reais, taxativas, por isso deu certo. Não podemos ser ingênuos a ponto de acreditarmos que uma simples frase vinda da boca do presidente mudaria tudo.

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  2. Minia, tenho que discordar. O ouro não vale nada. Não existe preço, como disse, o ouro é um metal como outro qualquer. Quanto vale o ouro? 2 coelhos, 4 galinhas, duas dúzias de ovos ou a vida de uma pessoa? Ele não tem preço, assim como nada na natureza.

    Já sobre o Lula, nem tanto ao céu, nem tanto à terra. Obviamente que não foi uma frase que fez ocm que saíssemos inteiros dessa crise, foi um conjunto de atitudes. A postura do governo apenas representa isso. Diversas empresas privadas não cederam créditos, pouparam despesas e despediram empregados. O Lula foi contra e por isso que as empresas nacionais hoje tão rindo à toa.

    Mas enfim, acho um saco comentar sobre economia...

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  3. hahahah
    também ;p
    Mas voce tem que concordar: Marx faz muito sentido.
    ps.: aqui não é a amélia

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