terça-feira, 26 de outubro de 2010

O Forjador de Espadas

Apenas transcrevendo um pequeno conto zen japonês que é citado em "Coleção de Areia", último livro de Ítalo Calvino que é, na verdade, uma coleção de crônicas sobre variados assuntos.

"O discípulo de um grande forjador de espadas acreditava ter superado o mestre. Para provar quanto suas lâminas eram afiadas, imergiu uma espada num riacho. As folhas mortas levadas pela correnteza, passando no fio da espada, eram cortadas em duas no ato. O mestre imergiu no riacho uma espada feita por ele. As folhas fugiam, evitando a lâmina."

O autor cita esse apólogo ao contar sobre algumas exposições que viu no Japão sobre espadas. Calvino dizia não entender o fascínio dos nipônicos pelas lâminas e, ao começar a compreender a adoração deles, diz que finalmente esse conto fez sentido.

Além de transcrever essa passagem, aproveito para indicar o livro em questão, que, apesar de ser o último e o mais heterogêneo de sua obra, é dos melhores para ser lidos. Leve, com crônicas rápidas sobre viagens, exposições, livros. Enfim, vale a pena!

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